Muito me intrigam pessoas que se dizem defensoras de Direitos Humanos, e no frigir dos Ovos, trabalham como ativistas dos direitos de determinada minoria, a minoria a qual pertencem:
"Defende Direitos Humanos?"
"Sim."
"Atua de que forma?"
"Milito na causa feminista".
"E tu?"
"Trabalho em defesa dos homossexuais."
"Você?"
"Ativista dos direitos dos negros."
"E são militantes de Direitos Humanos?"
"Sim, uai".
Que grande piada, sendo bem franco. Milito em favor de Direitos Humanos, mas os Direitos Humanos somente da classe a qual pertenço diretamente. Então as demais classes não são seres humanos, ou não se encontram em postura de serem orientadas e protegidas? Por que?
"Danilo, entenda o contexto, negros, mulheres e homossexuais por exemplo, são vítimas históricas de abuso, e isso se reflete hoje em dia na qualidade de vida deles".
Não questiono isso, oras. Imagino o quanto cada uma dessas minorias deve passar, mas não faço idéia do por que se dizer militante de Direitos Humanos, e segregar todo o restante em função do grupo a qual pertence, inclusive esperneando pra conseguir privilégios que outras castas da sociedade não tem, bradando de ódio quando determinada desigualdade é corrigida reequilibrando o jogo.
*Defendem cotas nas faculdades. O que quer dizer que a meritocracia é coisa do passado. Vou ralar estudando pra que? Em função das batalhas históricas que "meu povo" teve, eu mereço mais do os outros. Sofremos horrores a 200 anos, agora vamos descontar na meninada que tá aí.
*Brigam quando algo que deveria ser BOM PARA A FAMÍLIA favorece o PAI de família. Foi uma polêmica enorme quando aprovaram na Câmara o projeto 3829/97, de autoria do deputado Arlindo Chinaglia por que era injusto um homem ter direito a 12 meses de estabilidade empregatícia enquanto a esposa passa por gestação. Disseram que era uma forma de gerar desigualdade entre homens de mulheres. Hein? Gestantes contam com estabilidade empregatícia garantida por lei. Esposo fica desempregado, e a mesma se vê com uma sobrecarga em função de atuar como chefe de família justamente quando deveria dar mais atenção à criança do que ao trabalho. Realmente, muito injusto.
Leia aqui o Artigo.
*Desfiaram bravatas quando um juiz defendeu um homem por analogia se utilizando a Lei Maria da Penha. Beleza, então que ele continuasse apanhando em casa, ou então se defendesse e fosse parar na mão de uma delegada por ter "agredido" a esposa. Leia aqui o Artigo.
*Homossexuais se sentiram profundamente ofendidos quando um rapaz resolveu fazer a "Marcha do orgulho hétero" com o chamativo slogan: Muitos são, poucos se orgulham. Foi um fracasso a iniciativa. Mas não compreendo o por que de achar que orgulho gay pode, orgulho hétero não. Assim como também não entendo a existência de camisas do tipo 100% negro e não posso me dar ao luxo de ler uma no estilo 100% branco.
A discussão sobre cada um desses grupos em separado fica pra depois, mas é inaceitável que se declarem "Militantes de Direitos Humanos". Assuma-se como feminista, defensor dos direitos dos negros, defensor dos direitos dos homossexuais, e entenda, tratar de Direitos Humanos, agir em um escopo mais amplo. Não é defende-los, é defende-los TAMBÉM.
Fato que me lembra um artigo do Arthur, leiam e reflitam se faz sentido ou não. Apenas para reflexão para a militância de minorias:
Pra mim, Direitos Humanos é defender que todos tenham os mesmos direitos que você tem e lutar contra a criação de Direitos para alguns.
É defender que todos cumpram os deveres que você cumpre, e batalhar pra que isso não seja desrespeitado em função de alguma "correção" legal ou histórica.
Pense nisso.
Até mais, e obrigado pelos peixes!
Há 2 anos
3 comentários
MUito bom nunca tinha pensado por este lado , faz sentido. Parabéns
Eu defendo a Declaração dos Direitos Humanos.
Mas consigo entender que em nosso país as minorias se defendem sozinhas.
O que eu não consigo entender é como defensores dos Direitos Humanos não tenham feito,sequer, um cursinho básico de história,sociologia e psicologia.....para um entendimento maior daquilo que defendem.
Conhecer a história do nosso passado é condição "sine qua non" para uma compreensão
profunda e real de tudo que acontece em nossa sociedade.
Nossa civilização não começou conosco.
Nossa sociedade vem de longe arrastando vícios e virtudes.
Existe um arquétipo,um inconsciênte coletivo que permeia nossas relações.
Nós não somos uam estrutura virgem, somos um amontoado do que foram nossos pais e eles o que foram dos pais deles.
E como se não bastasse somos a fala de professores,amigos,colegas,vizinhos.
No meu entendimento o desconhecimento do passado é até perigoso.
É verdade que fazemos nosso futuro,mas sem o conhecimento dos nossos antepassados.....até um simples diagnóstico fica mais complicado,rs.
Eu defendo os D.H....porque conheço a minha própria história humana....e os D.H fazem parte dela.
Sou cristã,marrana,ameríndia......mulher!
E não tenho a ilusão de que um simples desejo de igualdade baste para mudar um rançao de milênios.
Eles defendem bandidos, em vez do cidadão honesto...
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