Campanha - Vote nulo e seja cidadão

Podem me apedrejar, mas é isso mesmo. A muito tempo penso nisso, mas também a algum tempo protelo este post. Não reparem na falta de teor jornalístico aqui, me utilizo muito de muito feeling e nenhuma técnica. Vendo o Jornal da Alterosa (telejornal regional vinculado a uma afiliada do S.B.T.) descobri, com alguns dias de atraso (que novidade, como se não soubessem que prefiro me alienar da T.V.) sobre a farra das notas frias. Vejam alguns trechos do levantamento do Estado de Minas. A lista é estarrecedora, leva em conta 41 deputados envolvidos na mamata, cujo objetivo era basicamente apresentar notas de gastos com gráfica, para boletins informativos, e combustível. Assuste-se com os números:
685,7 mil emitidos em jornaizinhos pela "Gráfica" Máxima Comércio LTDA, o detalhe é que a máxima não tem sequer uma fotocopiadora em suas instalações. O Serviço de impressão é delegado a Gráfica GSM e seus prosaicos dois computadores. Veja a foto da empresa contratada:

Em um imóvel simples, a Máxima Comércio Ltda emitiu 
faturas no valor total de R$ 685,7 mil. (Foto: Estado de Minas)

Mas continuando a mencionar valores:
Entre as 2100 empresas que forneceram 11039 notas nos últimos 7 meses para os deputados, a Máxima recebeu meros 8% do valor. Bacana, não acha?
“Ele (o deputado) vai querer fazer jornal ou vai querer só nota? Porque o jornal a gente podia fazer uns cinco mil jornalzinho (sic) e tira a nota de R$ 50 mil”, disse Washington Marques de Almeida, ligado a duas firmas que receberam, sozinhas, R$ 167,4 mil de um grupo de seis deputados: Célio Moreira (PSDB), Juarez Távola (PV), Carlos Gomes (PT), Dimas Fabiano (PP), Carlos Pimenta (PDT). Washington admitiu, também, tirar notas frias para Alencar da Silveira Jr. (PDT)

Achou absurdo? Melhor não, por que tem mais. Vamos lá:
Uma resolução da Mesa Diretora da ALMG limita os gastos com combustível, consultoria e aluguel de veículos em até 25% da verba, cada, mas não faz qualquer restrição ao uso para divulgação da atividade parlamentar. Não à toa, 95 das 98 notas com valores maiores que R$ 10 mil foram apresentadas para justificar supostas despesas com divulgação. As gráficas receberam R$ 3,58 milhões nos sete meses analisados, o que corresponde a 41,4% do total. Em seguida vêm os postos de combustível, R$ 1,68 milhão (19,5%), e supostas empresas de consultoria e assessoria parlamentar, R$ 1,32 milhão (15,3%).
De 57 deputados que receberam mais de R$ 100 mil, cada, nos sete meses de análise, a título de verba indenizatória, pelo menos 41 apresentam algum indício de abuso na prestação de contas.




O nome dos deputados que encomendaram as notas é o próprio Washington (proprietário da Máxima) quem revela, mostrando as outras vias dos documentos ao repórter: “Olha aqui: Carlos Wilson Pimenta, Dimas Fabiano Toledo Júnior, aqui ó, R$ 11 mil. Tem uma aqui de R$ 35 mil, de R$ 80 mil, olha aqui, do Alencar (da Silveira Júnior). (...) Tem desse cara aqui também, você deve conhecer ele (...), Carlos Gomes de Freitas”. E completa se apresentando de maneira exclusiva: “O único cara que tira nota aqui em Belo Horizonte, só eu mesmo!”. Ele oferece uma nota de R$ 50 mil por R$ 11 mil, incluído no serviço um pequeno volume de jornais para justificar a despesa. “(Isto representa) uns 22% do valor da nota”, diz o repórter. “Eu marco uns 18%, igual eu faço para eles lá”, sugere Washington, tentando melhorar a proposta.




Mas agora só pra completar, por que o post ficou enorme e você tá sem muito saco pra ler um texto muito maior. Acredito, sinceramente, que a única forma de se vencer um sistema corrupto, é boicotá-lo, e essa idéia me veio lendo "Ensaio sobre a Lucidez" de José Saramago. É bastante simples a gente simplesmente deixar de ser estúpido e agir. Vote Nulo, se ninguém presta, não vote em ninguém. 50% mais um de votos descontentes anulam as eleições. Acho bastante viável, você não?
Vou parar por aqui e me alienar um pouco, vou assistir o jogo SportXAtlético  pelas quartas de final da Copa do Brasil  Mas pense nisso e comente. Ficarei grato com seu parecer, e aos poucos vou tentar refinar o conteúdo do post.

Fontes: Portal Uai Notícias e Via Comercial