quinta-feira, 1 de abril de 2010

O Grande Gol de Tostão


Pois bem, essa viagem foi publicada no dia 11/10/2009 na Folha de São Paulo. Vou pincelar um pouco do que o ex-jogador de futebol, tricampeão do mundo, atualmente médico e comentarista de diversos diários de respeito menciona.


A Associação dos Campeões Mundiais do Brasil pleiteia uma recompensa pelo feito. O presidente Lula acha isso justo. Então, pra se fazer justiça, premiemos os campeões do mundo com 1000 salários mínimos mais uma aposentadoria equivalente ao teto da previdência, ou seja, 10 salários mínimos até que morram. E de onde isso vai ser tirado, nobre amigo pintor de paredes? De sua suada contribuição mensal para a previdência, que além de michada, será diminuída quando você vier a requerer pra que possa dar continuidade a uma vida pacata por ter passado 35 anos contribuindo. Ao passo que nossos venerados campeões do mundo, além de terem recebido salário milionários e terem passado anos jogando na Europa, sem ter contribuído em absolutamente em nada com nossa pesada tributação, serão laureados com esse mimo.


Não me entenda mal, eu não questiono a contribuição que eles deram ao esporte, e também não questiono que possa ser feita uma premiação em função da projeção que eles deram ao Brasil em função de suas conquistas, apenas questiono o fato de que isso seja feito as expensas do cidadão comum e que isso não receba tanta projeção quanto outros casos. Acho que o ex-jogador Tostão foi bastante feliz em seu artigo e merecia uma atenção muito maior. Entre outras coisas, não vejo por que um campeão de Copa do Mundo mereça isso, em detrimento de um medalhista olímpico, que a propósito, sua muito mais e ganha muito menos, chegando a penhorar o próprio nome pra garantir a oportunidade de figurar em um evento desse porte.


Quer ficar mais fulo? Pense em quantos campeões do mundo estão vivos e bem, obrigado, e podem fazer jus à premiação. Vamos lembrar, que ainda contamos com campeões da copa de 58 entre nós, e só pra ficar no mais superficial, entre eles temos Pelé e Zagallo. É tanta conta, e um rombo tão grande na previdência que eu fico desnorteado com a calculadora, e mais que isso, envergonhado com o simples fato de essa bizarrice estar sendo cogitada.


Pense nisso quando forem descontar do seu salário queimando tijolos lá na olaria e se lembrar que um dia vai ser abandonado na penúria.


Fique agora com o texto:


O presidente Lula e a Associação dos Campeões Mundiais do Brasil negociam aposentadoria e indenização para os atletas da seleção que ganharam Copas do Mundo. O benefício valerá inicialmente aos ex-jogadores de 1958 e se estenderá, posteriormente, a quem atuou nos Mundiais de 1962, 1970, 1994 e 2002. Reunião na Casa Civil discutiu as cifras a serem pagas aos campeões. Inicialmente, o valor negociado para cada um gira em torno de mil salários mínimos, no caso da indenização (465 mil reais), e de dez salários mínimos (4.650 reais), o teto da Previdência, para a aposentadoria. A expectativa é que o anúncio da nova medida seja feito pelo governo na próxima semana. [Uol]

Tostão escreveu:


Na semana passada, ao chegar de férias, soube, sem ainda saber detalhes, que o governo federal vai premiar, com um pouco mais de R$ 400 mil, cada um dos campeões do mundo, pelo Brasil, em todas as Copas.
“Não há razão para isso. Podem tirar meu nome da lista, mesmo sabendo que preciso trabalhar durante anos para ganhar essa quantia.
O governo não pode distribuir dinheiro público. Se fosse assim, os campeões de outros esportes teriam o mesmo direito. E os atletas que não foram campeões do mundo, mas que lutaram da mesma forma? Além disso, todos os campeões foram premiados pelos títulos. Após a Copa de 1970, recebemos um bom dinheiro, de acordo com os valores de referência da época..
O que precisa ser feito pelo governo, CBF e clubes por onde atuaram esses atletas é ajudar os que passam por grandes dificuldades, além de criar e aprimorar leis de proteção aos jogadores e suas famílias, como pensões e aposentadorias.
É necessário ainda preparar os atletas em atividade para o futuro, para terem condições técnicas e emocionais de exercer outras atividades.
A vida é curta, e a dos atletas, mais ainda.
Alguns vão lembrar e criticar que recebi, junto com os campeões de 1970, um carro Fusca da prefeitura de São Paulo. Na época, o prefeito era Paulo Maluf. Se tivesse a consciência que tenho hoje, não aceitaria.
Tinha 23 anos, estava eufórico e achava que era uma grande homenagem.
Ainda bem que a justiça obrigou o prefeito a devolver aos cofres públicos, com o próprio dinheiro, o valor para a compra dos carros.
Não foi o único erro que cometi na vida. Sou apenas um cidadão que tenta ser justo e correto. É minha obrigação.
Tostão “

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