segunda-feira, 31 de maio de 2010

Por que nos importamos tanto com casamento gay?

Em certas ocasiões, em discussões sobre o casamento homo-afetivo, os argumentos contra que ouço, são coisas pra chorar e sair correndo. Enquanto lhes restam argumentos, os detratores desse anseio gay mantem a compostura, quando faltam, ouço pérolas do tipo:
"A sociedade não é obrigada a aceitar isso."
"Você deve estar comendo outro homem ou, o que é "pior", dando pra ele, Danilo."

Teve um mais original que até hoje estou na peleja pra compreender:
"Com certeza, você está melhor sozinho."

O que tem de tão mal no casamento gay, pra início de conversa? Se ser homossexual não é crime, e ninguém diz que é errado ser homossexual (Que isso, sou livre de preconceitos), mas quando falamos de casamento gay, a resposta não é tão óbvia, e quando falamos de adoção por gays, volta a ser óbvia, mas caminhando em lado oposto, com gente esperneando contra (isso vira tema de outro post), por que negar a validação jurídica de um estado emocional que determinado casal está vivendo? Não peço que aceitem a união religiosa deles. Se quiserem, participem de uma das muitas denominações que toleram, e algumas até incentivam o ato. Mas negar algo que deveria ser legalizado a todos? Toco nesse assunto por aspectos puramente legais. Basta imaginar a cena e tentar discordar de mim, quando dou uma de vidente e profetizo o desfecho que cá entre nós, seria dantesco e injusto em todas as suas variáveis possíveis e previsíveis. Veja só:


Um casal de meninos ou meninas conhecido seu, ambos são maiores de idade, dividem um teto e suas despesas. Já a algum tempo esquecidos pela família em função de suas escolhas consideradas heterodoxas. Um deles morre. A família vai ter a ombridade de recusar parte dos bens do falecido por questões éticas? Opa, somos herdeiros dele. Na melhor das hipóteses vira uma batalha jurídica de anos, que termina de maneira previsível. O falecido ou falecida era persona non grata no seio familiar, mas os bens dele não. Passa um detergente nos bancos do carro, lavou tá novo.

Meu amigo original, que disse que estou melhor sozinho levantou o fato de que eles podem fazer testamentos. Mas por que incutir essa obrigação a eles, se ela não é a casais heterossexuais? Se todo cidadão é igual perante a lei, e todos merecem tratamento livre de preconceitos, nada mais justo que facilitar um documento que validasse a união. Papeleta que acho que faz muito mais falta, de maneira simbólica, a eles, do que a nós heterossexuais. Pelo menos assim seriam evitadas batalhas jurídicas inúteis e injustas.

Num próximo post conversamos sobre a adoção por gays.

[Autorizo publicação total e irrestrita do conteúdo, desde que mencionados fonte e autor]

3 comentários

Anônimo disse...

Nossas bases filosóficas e políticas são romanas, pena os costumes não se inspirarem tanto diante aos olhos céticos da sociedade deprimente... Praticas homo-afetivas não tem que ser aceitadas, e sim respeitadas.

Lucianny Neves Costa disse...

Eu acho que as pessoas deveriam limpar o vidro da própia janela,antes de dizer que é o vidro da janela do vizinho que esta suja.
Nós os "monstros",(digo isso porque é assim que a sociedade nos denomina)não queremos e muito menos esperamos, que as outras pessoas aceitem o nosso jeito de ser, ou a nossa orientação sexual. Não interessa em nada para os outros, quem dorme na minha cama, quem beija a minha boca ou quem amo. Não quero aceitação, mas, EXIJO RESPEITO!

Danilo LaGuardia disse...

Duas pessoas completamente distintas fizeram comentários parecidos. O interessante é que não se conhecem, e duvido muito que a segunda tenha lido o comentário da primeira.

Conto sempre com as críticas de vocês, meninas.

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